sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Por onde anda Maria Alcina?



Nascida em Cataguases, interior de Minas Gerais, Maria Alcina começou a carreira através da sua curiosidade musical. Após participar do 1º Festival Audiovisual de Cataguases, em 1969, a cantora, ainda menor de idade, decidiu tentar a sorte no Rio de Janeiro e reencontrou Antonio Adolfo, famoso produtor fonográfico que a convidou para ficar na Cidade Maravilhosa.

No Rio, Alcina ficou na casa do também produtor Ronaldo Werneck, onde ela o auxiliava nas tarefas domésticas. Tempos depois, fez testes para o grupo teatral Vem de Ré Que Estou de Primeira, mas não conseguiu ser aprovada. Porém, como ela assistia a todos os ensaios e sempre que tinha apresentações estava por perto, após a falta de Leila Diniz, foi convidada a participar da montagem. Nesta época, o Rio era um pólo de música e shows, e levada ao Number One, tradicional casa de espetáculos carioca, Mauro Furtado, diretor artístico da casa, quando escutou Alcina, a contratou.

Como a Number One era uma das casas mais importantes do Rio de Janeiro e freqüentada por ilustres espectadores, Solano Ribeiro, convidou Alcina para interpretar uma canção no VII Festival Internacional da Canção, na TV Globo.

Junto com a produção, Maria Alcina escolheu Fio Maravilha, e, mesmo não vencendo, ganhou muitos fãs e conseguiu uma grande repercussão com a letra escrita por Jorge Ben Jor.

Em 1973, a cantora gravou seu primeiro CD, Alô, Alô, mas em 1974 foi censurada por comportamento subversivo. Lendo um jornal, Maria Alcina ficou interessada pelo Pastoril do Velho Faceta (figura folclórica de Pernambuco) e como estrearia um espetáculo chamado Plenitude, decidiu colocar no repertório a canção É Mais Embaixo e, meses depois, assinava um longo contrato com a gravadora Copacabana.

A música estourou e a gravadora decidiu que músicas com duplicidade de sentido era um filão de mercado, mas Alcina buscava a essência, o folclore, e, assim, prosseguiu. Gravou Bacurinha, e explodiu, assim como A Espiga. E quando escutou Prenda o Tadeu, que fazia sucesso no Nordeste com Cremilda, aliou à canção um gesto forte e mais uma vez o sucesso se fez.

Nos anos 80, o mercado musical começava a mudar, a gravadora queria manter o estilo musical, com letras explorando a duplicidade, mas Alcina decidiu rescindir o contrato, já que nas músicas que havia gravado estava retratado o folclore e não músicas de “sacanagem”.

Em 1990, Alcina grava mais um LP intitulado Bucaneira, letra escrita por Belchior, porém, com o estouro do sertanejo, a música acabou restringindo o seu campo de atuação e Alcina decidiu embarcar para Miami, onde ficou por um bom tempo com uma repleta agenda de compromissos.

Em 2003, com o Grupo Bojo, Alcina gravou o seu 1º CD e, no mesmo ano, a Warner, que comprou os direitos da Chantecler e Continental relançou os CDs da cantora e, através deste lançamento, Maria Alcina pode reencontrar muitas pessoas que lhe auxiliaram na empreitada musical, como o jornalista Pedro Alexandre Sanches.



Separada, aos 58 anos e sem filhos, Maria Alcina continua firme em suas turnês internacionais. Visitou recentemente a Alemanha para uma série de shows e está terminando o segundo CD, Maria Alcina, Confete e Serpentina, produzido por Maurício Bussab, da Banda Bojo, que será lançado em janeiro de 2008.


Ainda neste mês de setembro, a cantora percorre as principais cidades de Minas Gerais, no projeto Samba Minas, que foi concebido por Flávio Leite e que relembra a trajetória dos três mais importantes intérpretes mineiros:Ataulfo Alves, Geraldo Pereira e Ary Barroso. 




fonte: hipertensão
tags: cantora, maria alcina, anos 70, por onde anda

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